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sexta-feira, 7 de maio de 2010

Cura da criança interior

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  Existe um lugar sensível e vulnerável dentro de nós que carrega os sentimentos de uma criança que foi machucada e ferida. Pedir a Deus que nos dê consciência desta parte traumatizada é um grande passo para a cura do medo, da insegurança, da vergonha e da culpa que carregamos. Muitas vezes me vejo agindo como uma criança, escondendo-me das situações de conflito, tendo medo de ser criticado e censurado. Outras vezes fico inseguro e impaciente diante das situações adversas.

  Sinto-me desvalorizado quando não sou reconhecido pelo meu esforço, fico angustiado quando vejo a indiferença das pessoas. Hoje, sou adulto, mas de vez em quando me comporto como uma criança carente que busca de imediato suprir uma necessidade que foi restringida e negada.Nossa essência é divina, criada a imagem e semelhança de Deus, por isso, é livre, criativa, autêntica, espontânea, confiante, inocente e pura. No entanto, fomos muito cedo feridos e experimentamos o medo, a vergonha, a culpa, o abandono e a dor. Para sobreviver e não ter que sentir nossa fragilidade criamos mecanismos de proteção e de sobrevivência. Estas camadas da alma são feridas do pecado e se manifestam através dos frutos da carne conforme narra o apóstolo Paulo no capítulo 5 da carta aos Gálatas, quais sejam, raiva, inveja, reclamações, bebedeiras, fornicação, vícios, ansiedade, etc...O processo de cura começa quando aprendemos a conhecer e compreender este espaço ferido existente em nossa alma. Ter consciência que as doenças físicas e as psicológicas são muitas vezes manifestações de nossa ferida interior é etapa do processo da cura.

  Tal compreensão faz com que construamos os fundamentos do amor. Muitas vezes lutamos com todas as forças para nos libertar de um determinado vício, e parece que quanto mais lutamos mais ele cresce dentro de nós. Isto acontece porque somos, na maioria das situações, juízes implacáveis e carrascos de nós mesmos. Não aprendemos ainda a ter compaixão de nossa fragilidade.

  Quando Deus nos olha, ele não leva em conta o nosso pecado, ele é como o Pai que espera ardentemente à volta do filho arrependido sem mais lembrar de seus erros.

  Quando você admite a sua fragilidade e a coloca diante de Deus como oferenda, não julgando e nem punindo a si próprio, simplesmente, tendo um sentimento de compaixão e amor por você mesmo, facilita extraordinariamente a graça da libertação. Aquilo que você rejeita lhe tortura, mas quando você reconhece com amor sua fraqueza ultrapassando e sentindo a dor, você encontra do outro lado o paraíso e a alegria da libertação.

Francisco Caminha
Membro da Formação Humana da obra COT
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