Seguidores

domingo, 16 de maio de 2010

Infantilidades

.
Trazemos um excesso de sentimentos infantis

'...enquanto o herdeiro é menor, em nada difere do escravo, ainda que seja senhor de tudo, mas está sob tutores e administradores, até o tempo determinado por seu pai. Assim também nós, quando menores, estávamos escravizados pelos rudimentos do mundo. Mas quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, que nasceu de uma mulher e nasceu submetido a uma lei, a fim de remir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a sua adoção. A prova de que sois filhos é que Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai! Portanto já não és escravo, mas filho. E, se és filho, então também herdeiro por Deus' (Gálatas 4; 1-7).

Essa palavra é muito concreta e humana, inicialmente podemos achar um absurdo assemelhar uma criança ao escravo. É simples porque uma criança não é capaz de fazer a separação das coisas. A criança é egoísta e o egoísta é aquele que se ocupa do seu mundo, para ele o outro é uma extensão da sua necessidade. As crianças são escravas de suas necessidades.

A maturidade de uma criança acontece à medida que ela vai crescendo. Uma criança é escrava porque ela não sabe a razão da regra, mas se submete a ela. Quando ela cresce e obedece a regra porque a compreende, ela deixa de ser escrava. Quantos jogos construtivos, que educam a criança para compreensão de regra, são jogos simples de encaixe, entre outros, não videogames nos quais, muitas vezes, a regra é matar.

O desconhecido nos escraviza. Tudo aquilo que você desconhece se torna soberano sobre você e muitas vezes você teme uma pessoa desconhecida, e aí está a infantilidade. Nós também trazemos as infantilidades nos nossos afetos, insistimos em trazer em nós um arsenal de sentimentos infantis, egoístas, só pensamos em nós e em nossas necessidades. A birra é o excesso da criança, excesso da infantilidade, pois nela a criança se sente fracassada por não conseguir seu objetivo. Quando somos afetivamente infantis, nos transformamos em verdadeiros monstros. Se você não disciplina uma criança, o seu destino não será diferente. Ensine-a a lidar com as impossibilidades.

Quantos adultos não têm coragem de dar opinião, não se manifestam, porque são infantis, são escravos de seus medos, isso é mesma coisa de birra, pos não sabem lidar com os limites.

Abandonemos as nossas birras que se manifestam na nossa cara feia, nas nossas respostas ríspidas, entre outras... Só não nos jogamos no chão porque não temos coragem.

Quantos adultos com medo de quarto escuro. Eu pergunto: Qual o mal de um quarto escuro? Mas quantas vezes fomos trancados nos quartos e disseram que lá dentro tinha um monstro? Uma criança não tem inteligência suficiente para saber que ali não há um bicho, porque a referência que ela tem é o adulto.

Como você pode curar seu medo de quarto escuro? Traga à sua razão o que o faz sentir medo. Entre no quarto escuro e diga: ‘Este quarto não pode me fazer mal’. Você hoje é adulto, maduro, olhe para as fases da sua vida que precisam ser curadas, olhe para você criança, você adolescente. Permita que Deus resgate a sua alma ferida. Muitas vezes é preciso voltar no tempo e se reconciliar com você mesmo.

Nenhum perdão será concreto se antes você não se perdoar; nenhum olhar será profundo se você não se olhar. O que pode nos destruir na vida não é o que os outros fazem para nós, mas o que permitimos que outros façam de nós. O maior consolo que você precisa não é o dos outros, é de você mesmo. Não adianta o outro deixar você livre, se você se sentir escravo. Deus é especialista em curar corações machucados. Pare de lamentar o que você não teve. Seja como o rio, que quando alguém coloca alguma barreira nele, ele não deixa de crescer, mas fica mais profundo. Deus ainda prefere os miseráveis. Deus olha para você, e no momento da sua birra, Ele se encontra com você.

Afetividade sadia
Eliminar a malícia e as brincadeiras inconvenientes

O que é sadia convivência?
É viver com naturalidade e sinceridade os nossos relacionamentos. O termo “sadia” é antônimo de doente.

Hoje vivemos numa sociedade doente, marcada pela pornografia, pela malícia nos relacionamentos, pelas brincadeiras inconvenientes, e tudo conduz para o sensual. A Palavra de Deus nos diz: “Não vos conformeis com este mundo” (cf. Romanos 12,2)

No viver de forma sadia, tudo isso precisa ser eliminado.

“A imoralidade sexual e qualquer espécie de impureza ou cobiça sequer sejam mencionadas entre vós, como convém a santos. Nada de palavrões ou conversas tolas, nem de piadas de mau gosto: são coisas inconvenientes; entregai-vos, antes, à ação de graças. Pois, ficai bem certos: nenhum libertino ou impuro ou ganancioso – que é um idólatra – tem herança no reino de Cristo e de Deus” (Efésios 5,3-5).

Tenho a graça de relacionar-me bem com minhas irmãs e irmãos de comunidade. Tem sido para mim um motivo de realização pessoal, pois eu era uma pessoa tímida, introvertida, mas a nossa sadia convivência me curou também no meu temperamento e na minha forma de lidar com as pessoas.

A comunidade nos ajuda a buscar a santidade, ela nos impulsiona a sermos santos. Se você busca esses propósitos, ressurge no coração o desejo de corresponder, buscando uma vida íntegra e equilibrada.

O Senhor quer ajudar você, mas ajude o Senhor.

“Filho, pecaste? Não tornes a fazê-lo; e suplica pelas faltas passadas para que te sejam perdoadas. Foge dos pecados de uma cobra: se deles te aproximares, te morderão” (Eclesiástico 21,1-2).

Há pessoas que, com boa intenção de ajudar o outro, começam a se aproximar sem conhecer as suas fragilidades; o resultado, no entanto, pode ser desastroso, porque em vez de ajudar acabam provocando sentimentos que prejudicam a vida do outro.

Dom Bosco dizia que para salvar os jovens ele iria até as últimas conseqüências, mas era preciso ser prudente.

Há confusão quando não há maturidade.

Temos um modelo na nossa comunidade: Padre Jonas Abib, que atingiu a maturidade na sexualidade. Assim como Paulo diz às comunidades: “Sede meus imitadores”, o meu fundador também diz: “Sejam meus imitadores, meus filhos”.

Mas é preciso construir um caminho de luta, de sacrifício, de esforço, dedicação e zelo.

Porém, se você busca a castidade, mas não consegue se desvencilhar dos filmes pornográficos e das seções de piadas, como ser curado?

A Igreja ensina que o diabo não entra na nossa vontade, ele apenas age de acordo com as sensações, os impulsos; ele percebe que houve uma brecha naquele determinado lugar e entra.

Dentro de você precisa haver uma disposição interior para que possa fechar todas as brechas.

Somente conseguiremos ser homens profundamente curados na nossa afetividade e sexualidade pelo poder do Espírito Santo.

A cada dia peçamos esta graça para que sejamos homens curados e plenos do amor de Deus.

Como alcançar o equilíbrio afetivo?
“Vai amar de novo!”

“Aqueles que se dispõem a servir a Deus, comprometem-se em fazer a vontade d Ele. Ela mesmo nos impulsiona e tira-nos de nossa situação de comodidade.”

Em Oséias 3,1 está escrito: ”O Senhor me disse: “Vai amar de novo aquela mulher adúltera, amada por um amante...” É uma ordem de Deus “vai amar”.

Ainda que não tenhamos descoberto o amor em nós, todos têm direito do nosso amor e amor puro, amor que cura e perdoa, amor que ama de graça sem esperar nada em troca, amor que chora, se alegra, amor que dói e que até deixa a nossa alma enferma, como Santa Terezinha pôde experimentar.

O amor de Deus é tão grande que não cabe em nós, é um amor que nos torna livres, que nos atrai a Ele. “Deus nos ama com um amor eterno”(Jr 31, 3).

Todo ser humano, mesmo inconscientemente busca o amor verdadeiro que é Deus. Muitos confundem amor com “sexo” na expressão “vamos fazer amor (sexo)?” Existem namoros onde o homem diz a sua namorada: “Dê uma prova de amor por mim : faça sexo comigo”. Ele só quer usar a sua namorada para ter prazer e depois terminar tudo, pois conseguiu o que queria. Não se prova o amor fazendo sexo. Deus diz para nós vivermos a castidade. Por isso retomo agora a palavra: ”Vai amar...” É uma ordem realmente para todo homem, pois Deus é o verdadeiro amor que todos nós buscamos: homens, mulheres, crianças, jovens e idosos - amar e ser amado. ”Todos nós temos necessidade do amor puro dos nossos irmãos para o nosso equilíbrio afetivo”. (Pe. Jonas Abib)

Amar de novo quem nos ofendeu, quem nos traiu, quem adulterou, etc. É difícil nessa situação obedecer a ordem de Deus: “Vai amar de novo”, mas quando nos dispomos a dar o primeiro passo e amar de novo, entramos na glória de Deus aqui na terra.

Mais difícil ainda é se o erro persistir. O ”amar de novo” torna-se um desafio, mas se quero amar, então preciso amar de novo e com isso vou exercitando o amor e o perdão dentro de mim.

Para que mudemos de vida é necessário tempo, isso não acontece de uma hora para outra: é preciso muito suor, lágrimas, oração, renúncias. Passamos a vida inteira, dia-a-dia nos convertendo. Para amar é assim, não é de uma hora para outra que eu amo, é preciso exercitar o amor a cada dia, a cada situação.

Já estamos nos finais dos tempos e daqui a pouco Jesus voltará em sua glória e não vai dar para improvisar. Se não amo hoje, se não perdôo hoje, no final não conseguirei amar quantas vezes se fizer necessário. Somos como a mulher adúltera citada em Oséias 3,1 que com nossos pecados ferimos a Deus, mas Ele não se cansa de nos amar e amar de novo a cada dia, a cada erro e a cada pecado.

Insisto novamente: ”Deus nos convida (nos dá uma ordem) a AMAR DE NOVO, outra vez, mais uma vez, quantas vezes for preciso, pois Ele não se cansa de nos amar, mesmo com os nossos adultérios para com Ele: quando colocamos outras coisas em primeiro lugar em nossa vida”.

“Ama e serás livre” Sto Agostinho
.

Nenhum comentário: