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domingo, 16 de maio de 2010

A Maturidade ideal

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Algumas pessoas, que parecem adultas por fora, têm o coração imaturo

Todos nós precisamos de cura. Para sermos curados em nossa sexualidade e em toda nossa afetividade, precisamos nos abrir ao amor de Deus. João Mohama, sacerdote, médico e psicólogo, um santo de Deus é autor de vários livros entre eles “Sofrer e amar”, que nos ajuda a dar os primeiros passos no conhecimento do nosso grau de maturidade afetiva. Este livro nos ajuda a crescer na maturidade afetiva a ponto de equipará-la a idade cronológica.

João Mohama explica: “Hoje se sabe que todo indivíduo, homem e mulher, possui uma idade afetiva e uma idade cronológica e que ambas podem coincidir ou não. Quando a idade afetiva é inferior à idade cronológica, estamos diante de um caso de imaturidade afetiva. Quando iguala ou supera, estamos diante de um caso de maturidade”.

Algumas pessoas, que parecem adultas por fora, têm o coração imaturo. Não é sadia a imaturidade psicológica no adulto. É um fenômeno anormal. Normal é que o psiquismo vá se desenvolvendo passo a passo com o corpo, amadurecendo à proporção que o corpo amadurece. Jesus Cristo deixou um programa para a nossa afetividade. O programa está expresso no mandamento. “Dou-vos um novo mandamento. Que vos ameis como eu vos tenho amado” (Jo 15,12).

“Amai-vos” no estilo de Jesus. No estilo maduro para o coração humano. Esse programa supõe que a nossa afetividade alcance a maturidade. Para nós cristãos a maturidade humana não é tudo, nela está incluída a santidade. Além da maturidade humana, somos chamados por Jesus Cristo a ser uma “nova criatura”, a fazer com que o Filho de Deus venha à tona em nós. É um processo que leva tempo, pois consiste em pegar a pessoa machucada, sofrida, marcada, amarrada, bloqueada e trazê-la para fora como Jesus fez com Lázaro: “Lazaro, vem para fora!” É preciso deixar a cura e a libertação acontecer.

Todos nós sabemos que a maneira como nos comportamos e nos expressamos na nossa afetividade está intimamente ligada à nossa infância. Especialmente o relacionamento com nosso pai, nossa mãe, nossos irmãos que foram modelo para nós. Gandhi dizia que "a gente imita o que admira", afirmando que o ser humano aprende por imitação.

Numa família pode haver segurança econômica, financeira, boa moradia, mas se não houver a segurança afetiva entre os pais, expressões de afetos, o resultado será, na maioria das vezes, um adulto reprimido nos seus sentimentos de afetos, emoções de carinho, de ternura. Se acontecer de ficar doente, terá tudo, menos afeto. João Mohama chama isso de “subnutrição da afetividade na infância”. Mas ele diz também: “O excesso de afeto pode levar à imaturidade, por vir exigir um estilo de convívio com os outros semelhante ao que se habituou a ter na infância. Serão os insaciáveis nos grupos e nas famílias. Tanto excesso como carência de afeto na infância podem gerar as seguintes expressões de imaturidade na idade adulta: desconfiança, insegurança, agressividade, dependência, hermetismo, complexos, inibições, fugas, desajustamento e até perda do sentido da vida”.

É por isso que para o cristão é tão importante o sobrenatural integrado ao natural, à sua maturidade afetiva. É o que expressa São Paulo:

“Assim, ele capacitou os santos para obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, até chegarmos, todos juntos, à unidade na fé no conhecimento do filho de Deus, ao estado de adultos, à estatura do Cristo em sua plenitude. Então, não seremos mais como crianças, entregues ao sabor das ondas. Ao contrário, vivendo segundo a verdade, no amor, cresceremos sob todos os aspectos em relação a Cristo, que é a cabeça (Ef 4,12-14ª.15).

Este é o trabalho da graça de Deus em nós, e todos nós devemos colaborar. Pelo Espírito Santo que nos santifica vamos rumo à nossa maturidade humana e cristã.

* Autocontrole – uma necessidade de todos --- o autocontrole nos purifica do nosso egoísmo

Um pressuposto indispensável para conseguir a maturidade é a capacidade de autocontrole. Para dar alguma coisa a alguém, antes é necessário possuí-la. Para que nós possamos ser uma doação para os outros, devemos, antes, possuir-nos a nós mesmos, isto é, ter o autocontrole.

Todos os nossos pensamentos, desejos, impulsos sexuais e tudo aquilo que constitui, neste campo, o nosso psiquismo consciente e inconsciente devem encontrar uma forma de equilíbrio através do autocontrole. Deste modo, tendo alcançado uma liberdade interior, o nosso agir será uma doação para quem está próximo de nós no pleno respeito das exigências alheias e da lei de Deus, inscrita no coração do homem. Sabemos que todo homem e toda mulher são uma obra-prima de Deus, seres únicos e irrepetíveis, criados por amor e lançados por amor na divina aventura da vida. O autocontrole nos ajuda a nos colocarmos perto de todo homem e de toda mulher, não como elemento que perturba este plano de Deus e torna o outro infeliz, mas como alguém que o ajuda a alcançar a felicidade. O controle de nós mesmos nos purifica do nosso egoísmo e, colocando-nos em atitude de serviço, desenvolve em nós aquela paternidade ou maternidade espiritual.
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