Para a compreensão do Método de Ovulação Billings (MOB), é fundamental reconhecer que ele difere da contracepção em muitos pontos. A contracepção é totalmente dirigida para a prevenção da gravidez e a sua eficácia é medida pela capacidade de evitá-la. O MOB estabelece uma opção: o casal pode escolher praticar o ato conjugal durante a fase fértil quando quer conseguir uma gravidez ou pode optar por evitar todo contato genital durante a mesma fase fértil, no caso de querer evitar uma gravidez. A eficácia do método pode ser julgada de acordo com a opção de escolha do casal.
O MOB é aplicável em todas as variações da fisiologia reprodutiva da mulher, tanto a normal como a patológica: ciclos regulares, ciclos irregulares, ciclos anovulatórios, amamentação, menopausa, estresse ou tensão física e emocional, baixa fertilidade, doenças ginecológicas – por exemplo, de origem hipofisária, cistos ovurianos, distúrbios produzidos por medicação contraceptiva e drogas citotóxicas e outros.
O homem é sempre fértil enquanto a mulher tem apenas uma fase fértil no seu ciclo menstrual. A mulher, na sua fase fértil, apresenta um sinal infalível, que é a sensação de lubrificação, podendo haver a presença de muco cervical, ou seja, uma secreção produzida pelas células da cérvix (também chamada de colo uterino) durante um período de aproximadamente seis dias antes da ovulação.
O muco tipo fértil protege, nutre e forma canais para guiar os espermatozóides em sua trajetória pela vagina, cérvix, útero e trompas de falópio. Aliás, o muco fora da vagina poderá ajudar os espermatozóides a chegarem ao óvulo (assim é que uma gravidez pode resultar de um contato genital sem que ocorra plena penetração).
O MOB é tão natural como a mãe terra.
Uma semente plantada em terra seca morre, porém, se a terra estiver molhada, nascerá uma plantinha.
O mesmo ocorre com a mulher. Se a semente do homem for plantada na mulher na sua fase seca, a semente morre. Porém, se ela estiver na sua fase úmida, a semente, ao encontrar o óvulo, dará origem a uma nova vida.
O método Billings se baseia exatamente em reconhecer a fertilidade para planejar naturalmente a família. Para isso, é necessário um período de observação para que a mulher se conheça e identifique sua fertilidade. A mulher deverá anotar os dados que observar durante todo o seu dia. Por exemplo: se está seca, úmida, se teve dor, se sangrou, enfim, tudo deve ser registrado.
Ciclo menstrual
Após reconhecer o seu PBI (padrão básico de infertilidade), a mulher está apta a fazer uso das regras do método Billings. É importante saber o que é ciclo menstrual e quais suas fases.
Ciclo menstrual é o período que vai da menstruação até a véspera da próxima. Possui quatro fases: menstruação, fase pré-ovulatória, ovulação e fase pós-ovulatória.
Regras para evitar a gravidez
Regra 1: Evitar relações sexuais nos dias de sangramento abundante durante a menstruação, pois num ciclo curto a ovulação pode ocorrer antes do fim da menstruação, quando o padrão de muco pode ser oculto pelo sangramento.
Regra 2: Na fase pré-ovulatória, é permitido o ato conjugal à noite e em noites alternadas, pois se está aguardando o início da ovulação a qualquer hora. Portanto, se a mulher estiver infértil durante o dia, à noite pode ter o ato conjugal, porém, no outro dia deve se abster das relações, pois o líqüido seminal pode ocultar o muco cervical, dificultando a observação.
No segundo dia, se a mulher ainda estiver infértil, pode manter o ato conjugal, e assim continuar alternando as noites até a mudança no PBI.
Regra 3: Evitar o ato conjugal em qualquer dia de muco ou sangramento que interrompa o PBI. Depois de três dias de retorno ao PBI, pode-se liberar para o ato conjugal até a próxima menstruação.
Cada ciclo tem suas características. Não são exatamente iguais, e nem sempre um ciclo é semelhante ao outro. Por isso, é importante que o casal seja acompanhado por um instrutor experiente para tirar dúvidas e orientar no uso correto das regras.
Lúcia de Fátima Studart Meneses
Consagrada na Comunidade de Aliança Shalom
Bibliografia:
- Billings, Evelyn e Nestmor, Ann. O Método Billings. São Paulo: Paulinas, 1983.
- Billings, Evelyn e Billings, John e Catarinich, Maurice. Atlas Billings do método da ovulação. São Paulo: Santuário, 1993.
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